Numa tarde chuvosa Mariazinha matutava sobre o que
alguns cientistas haviam dito a respeito de Deus. Eles disseram que haviam
descoberto que Deus não existe e que a vida e o universo são o resultado do
acaso.
Sem perceber, adormeceu e sonhou que estava numa
época muito anterior à pré-história, tempo perdido nos confins do tempo, num
planeta chamado Hipotálus. Ali, a civilização era muito adiantada em todos os
sentidos. Havia verdadeira fraternidade, honestidade, respeito e paz. Não
existiam pobres nem ricos, e todos viviam de acordo com o que produziam,
mediante o próprio esforço e capacidade.
Mas, num Congresso de Ciências da Evolução, que
reuniu os mais ilustres cientistas da época, foi apresentada uma tese que dizia
não ser Deus o criador de tudo, mas sim que tudo era obra do acaso.
Os jornais noticiaram essa tese com grande
estardalhaço, os canais de TV abriram espaço para os cientistas falarem da sua descoberta, e em Hipotálus só se falava
nesse assunto.
Aí, tudo começou a acontecer, porque o pensamento
daquela gente em torno do “acaso” foi tão forte que este conseguiu dominar o
quintal da casa do Dr. Alcott, o cientista que havia lançado essa tese no
Congresso.
Nesse quintal o doutor, que gostava de cuidar da
terra, havia plantado alguns pés de alface, pimentão e rabanete.
O Acaso, querendo saber seu próprio significado,
procurou um dicionário no qual se dizia que “acaso é alguma coisa que
surge ou acontece a esmo, sem qualquer motivo ou explicação aparente”.
– Puxa! Isto é muito confuso – reclamou. – Como é que eu vou trabalhar aqui, no quintal do Dr. Alcott, se não sei o
que fazer?
Mas, bastou a
sua presença ali para desmantelar as leis naturais e o pé de alface começou a
crescer ao acaso, derivando para outras condições e estados, e acabou
transformando-se num gigantesco lago de água doce e salgada. O pimentão cresceu
até alcançar a altura de 1.650
metros . Assustou-se com uma nuvem que passava e
encolheu-se tanto que acabou do tamanho de uma laranja, mas seu peso era de 63
toneladas. Esse peso, num volume tão pequeno, começou a afundar e, pelo
orifício formado, começou a subir fumaça tão quente que modificou a temperatura
da região.
O pé de rabanete virou milho de pipoca e cresceu
tanto que a copa alcançou a ionosfera e produziu milhões de espigas, cujos
grãos gigantescos caíam sobre a terra. A temperatura elevada, porém, assava os
grãos, fazendo-os explodirem.
O Acaso preocupou-se. Que fazer? Haviam colocado
responsabilidades vitais em suas inexistentes mãos. Correu à Biblioteca
Pública, decidido a procurar nos livros alguma lei natural que pudesse voltar a
organizar tudo novamente, freando aquele terrível caos provocado por ele, mas o
primeiro livro que tocou desfez-se, pois as moléculas que o formavam dispersaram-se,
já que tinha sido quebrada a lei natural que as mantinha coesas.
Era uma situação absolutamente nova e inesperada. O
pobre do Acaso não tinha a menor ideia de como solucionar tantos e tão graves
problemas. Ele se acostumara a marcar sua presença dentro da vida, numa
organização perfeita, regida pelas leis universais, mas agora não conseguia
mais identificar-se, nem situar-se na nova posição.
Resolveu, então, apelar para Deus. Talvez Deus
pudesse ouvi-lo e recolocar as coisas em seus devidos lugares. Ajoelhou-se e
tentou a prece, mas seu pensamento, ao sabor do acaso, não conseguia dizer o
que deveria. Desistiu.
Os governantes também decidiram apelar para Deus,
como sempre haviam feito nos momentos de aflição. Convocaram os canais de
televisão e as emissoras de rádio para uma cadeia mundial de oração, mas, como
os eventos em Hipotálus já eram todos determinados pelo Acaso, este não se fez
presente para comandar os equipamentos e eles não funcionaram. O rádio ficou
mudo e a TV sem imagem e sem som.
No auge da aflição, o alto comando do planeta enviou
mensageiros a todos os governos, ordenando a convocação geral da população para
atos de fé, mas os aviões não decolaram, os automóveis não funcionaram, os
aparelhos de fax estavam parados e, nos telefones, não havia nem mesmo o sinal
de ocupado.
Enquanto isso, o elefante do jardim zoológico,
desgovernado pelo Acaso, cresceu tanto que sua cabeça alcançou uma altura de 12.000 metros e a
tromba deu uma volta no planeta. Ao respirar, causava terríveis tempestades e
cada passada sua gerava terremotos. Em duas horas bebeu toda a água potável de
Hipotálus, secando rios, fontes e lagos.
Os mais fracos já morriam de sede, enquanto os mais
fortes agonizavam.
As pipocas gigantes continuavam caindo e explodindo.
O sofrimento de todos os reinos da natureza era terrível, até que duas pipocas
gigantes caíram numa mina de urânio, gerando uma reação em cadeia e… Hipotálus
explodiu, desintegrando-se.
O Acaso, apavorado com seus atos, ficou tão
traumatizado que levaria muitos milhões de anos para se recompor.
Com a explosão, Mariazinha sentiu-se espalhada pelo
espaço, distribuída ao longo da órbita daquele planeta. Chorou amargamente e
orou desesperadamente, pedindo ajuda, e logo percebeu que se formava uma leve
corrente de emoções ao longo da órbita do extinto Hipotálus. Aos poucos, os
fragmentos de ideias, sensações e sentimentos iam-se reagrupando e tomando
forma, movimentados e atraídos por uma força identificada como sendo o amor.
Percebeu que essa força poderosa e inteligente era
do Ser Supremo, Criador de todas as coisas, e sentiu-se consolada e acalentada.
Custou a Mariazinha perceber que já estava acordada
e que tudo não passara de um sonho, mas, a partir de então, quando ouve alguém
dizer que Deus não existe e que tudo é obra do acaso, ela faz um ar misterioso,
sorri e fica calada. Acha que não vale a pena discutir opiniões.
O que vocês pensam a respeito de Deus?
O facilitador
deve incentivar respostas e socializar o tema; falar da perfeição e
inteligência que a tudo rege e que não é obra do ser humano, nem mero acaso;
que é uma inteligência tão fabulosa que nem conseguimos entendê-la e que a essa
inteligência suprema, causa primária de tudo, chamamos Deus.
Vamos
agora fazer um exercício de relaxamento com visualizações.
Vamos
então relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para nos
harmonizar.... (dez segundos)
Vamos
imaginar que estamos no topo de uma alta montanha, no finalzinho da tarde... (cinco segundos)
Ao
longe vemos o mar, sob o horizonte luminoso do pôr-do-sol... Mais perto, a
paisagem recortada por montanhas, rios e vales...
Aqui,
no alto da montanha, podemos sentir a grandiosa paz das alturas, as carícias da
brisa ao longo do corpo e a presença grandiosa da natureza. (cinco segundos)
No
alto, algumas estrelas começam a pontilhar o céu como se estivessem dizendo:
“Paz na Terra às pessoas de boa vontade”.
(cinco segundos)
E aqui
neste lugar, ante o altar da natureza, vamos erguer nosso pensamento a Deus,
numa oração: “Pai de toda a vida, criador de tudo que há, envolve o nosso
planeta Terra em vibrações de amor e de paz, em toda a sua extensão. Abençoa a
natureza... na água, na terra e no ar. Abençoa o ser humano, ajuda todas as
pessoas a se tornarem mais fraternas, mais pacíficas e mais justas. Ampara
aqueles que estão sofrendo e infunde em seus corações a esperança e a
confiança. Abençoa a todos nós que aqui nos encontramos e também os nossos
familiares. Finalmente te agradecemos por tudo, porque tudo em nossas vidas
representa lições para o nosso crescimento interior. Assim seja.”