Você convive com CRIANÇAS?

Filhos, netos, sobrinhos, filhos de amigos... alunos... Já pensou em suprir junto a eles a grande lacuna na educação brasileira, ensinando-lhes valores como ética, integridade, respeito, honestidade, não violência, etc.?

Então, este blog foi feito para você.


*****


Mostrando postagens com marcador 30 - O ciúme e a inveja - CONTO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 30 - O ciúme e a inveja - CONTO. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de junho de 2016

O Ciúme e a inveja - CONTO

O Ciúme e a inveja - CONTO

 Joselito vivia implicando com seu irmão Carlinhos, que era quatro anos mais novo que ele. Achava que Carlinhos era mais bonito, tinha um cabelo louro, caracolado, e um sorriso que o tornava muito simpático.
Tudo que o irmãozinho fazia, Joselito ia logo contar à mãe, com aquele ar de quem está denunciando algo errado que o mano tivesse feito. Além disso, nunca perdia oportunidade de dar uns tapas no Carlinhos, por qualquer motivo e mesmo sem razão.
Certo dia Carlinhos contou à mãe que Joselito vinha faltando na escola para ir jogar futebol com amigos... Ah, para quê! Isto lhe rendeu meia dúzia de murros e alguns beliscões do irmão.
Diante disso, a mãe botou Joselito de castigo: uma semana sem televisão, sem computador e sem passeios. Além disso, teria de ler um livro nas horas vagas, quando não estivesse estudando.
Joselito odiou ter de ler um livro. Tinha preguiça de ler, mas dessa vez não teve jeito. O livro escolhido era sobre relacionamentos em família, e, como a mãe vinha lhe perguntar diariamente o que ele entendera sobre a leitura do dia, era preciso prestar atenção.
Certa noite, sem ter com que se ocupar, Joselito começou a pensar em sua vida. Primeiro, sentiu pena de si mesmo por causa do castigo, porém foi refletindo mais profundamente e chegou à conclusão de que o castigo era merecido. Assim, nesse rumo de suas reflexões, acabou concluindo que ele tinha um sério problema com relação ao irmão, mas não conseguia perceber qual seria a causa. Sabia que amava Carlinhos, mas não conseguia se controlar. Tinha sempre o garoto na mira da sua atenção, procurando algo de ruim no irmão que pudesse mostrar à mãe. Seria ciúme? Seria inveja? “Não, claro que não!” pensou assustado.
Acabou adormecendo e sonhou que se encontrava num lugar escuro, muito feio, e que fugia de alguns seres estranhos que o perseguiam, gritando:
É ciúme! É inveja! Esse garoto tem inveja do irmão que é mais bonito que ele, por isso é tão mau.
Joselito acordou com o coração aos saltos, a respiração ofegante e um aperto no peito.
Quando conseguiu acalmar-se, procurou decifrar o significado daquele sonho, ou pesadelo. Mas não havia nada para decifrar, estava tudo muito claro. Sentia que realmente tinha ciúme, e pior ainda, tinha inveja do irmão, por isso o maltratava.
Lembrou-se de quando era filho único. Era ele o centro das atenções. Quando chegava uma visita, todos os agrados eram para ele. No Dia da Criança e no Natal, os melhores presentes eram sempre os dele. A mãe passava todo o tempo livre com ele... Ah, mas depois que Carlinhos nasceu tudo mudou. O irmãozinho veio tomar seu lugar, ocupar seus espaços e, conforme crescia, demonstrava qualidades que ele, Joselito, não possuía. Era um menino calmo, amoroso e mais inteligente que ele.
Era isso! O que ele sentia era realmente ciúme e também inveja do Carlinhos.
Joselito não gostou da ideia de saber que era ciumento e invejoso e foi procurar no livro que a mãe o obrigara a ler, alguma coisa que pudesse ajudá-lo. Leu, dessa vez com gosto, e acabou compreendendo muitas coisas. Resolveu mudar. A partir de então, deixaria de ver Carlinhos como a um rival e trataria de vê-lo como a um irmão, um irmão de verdade.
Pela manhã, bem cedo, foi ao quarto de Carlinhos para acordá-lo e lhe deu um abraço.
O garoto estranhou aquela atitude, mas percebeu logo que era de coração e começou a chorar, dizendo:
Eu nunca pensei que você fosse gostar de mim algum dia...
Joselito não aguentou... Com um nó na garganta, abraçou novamente o irmão, sentindo o quanto gostava dele.
Sabia também que, daquele dia em diante, os dois seriam verdadeiros irmãos. Mesmo que brigassem de vez em quando, o que seria natural, não haveria mais agressões nem implicância. Nada de ciúme, muito menos de inveja.

*************

E quanto a vocês? Quem aqui acha que pode estar sentindo ciúme ou inveja de alguém?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema.

O ciúme e a inveja são sentimentos que vão contra as leis divinas, ou cósmicas.
Nós sabemos que essas leis estão na consciência do ser humano. Tanto isto é verdade que, desde eras primitivas, as pessoas já tinham noções de honestidade, justiça, fraternidade, respeito, etc. De onde viriam essas noções, a não ser do próprio espírito humano, de sua consciência? Com essas noções os povos antigos iam estabelecendo suas leis, de acordo com a própria cultura, e podemos perceber também que elas evoluem, vão se tornando mais justas e mais sábias de acordo com a própria evolução das comunidades humanas.
Temos, então, o seguinte: quando transgredimos a lei da justiça, da fraternidade ou outras leis divinas, estamos entrando em conflito com a nossa consciência. Isto gera desarmonia interior, uma espécie de remorso, e esse remorso pode nos levar à depressão ou, então, a desenvolver outras formas de doenças conhecidas como psicossomáticas.
Quando sentimos remorso por alguma coisa errada que fizemos, ficamos mal com nós mesmos.

Quem de vocês já sentiu remorso alguma vez?
O facilitador deve incentivar respostas.

O remorso é um sentimento muito ruim. Por isso, sempre que fizermos alguma coisa errada, que nos crie remorso, é muito importante procurarmos corrigir o erro, pedir desculpas, enfim, fazer o possível para aliviar a consciência.

Quem de vocês tem facilidade para pedir desculpas?
O facilitador deve incentivar respostas.

Quem tem dificuldade para pedir desculpas?
O facilitador deve incentivar respostas.

Muitas pessoas pedem uma meia desculpa dizendo, por exemplo: “foi mal”.
Dizer “foi mal” apenas informa que a pessoa entende que não “foi bem”, mas isto não é exatamente um pedido de desculpas.
As pessoas que não pedem desculpas tornam-se desagradáveis e ficam conhecidas pela sua falta de educação. Já as pessoas educadas são bem vistas e bem-vindas em qualquer lugar.

O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.

Agora vamos relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para harmonizar nossos ritmos internos... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos numa floresta, sentados ao pé de uma grande árvore, encostados em seu tronco. (cinco segundos)
Em torno de nós há o verde da vegetação, e lá no alto podemos ver o azul do céu por entre as folhagens das árvores. (cinco segundos)
Vamos inspirar o ar, calmamente, procurando sentir o cheiro das folhas do arvoredo, da terra e das flores silvestres. (cinco segundos)
Procuremos ouvir com a nossa imaginação o canto dos pássaros, o som das folhas que se tocam ao sabor da brisa, e um pouco mais longe o som da água de um riacho, correndo por entre as pedrinhas do seu leito. (cinco segundos)
Estamos em plena natureza, sentindo paz, tranquilidade e alegria... (cinco segundos)
Vamos refletir sobre o que significa “amar e respeitar a natureza”. (vinte segundos)
Vamos agora voltar calmamente ao nosso ambiente e abrir tranquilamente nossos olhos.

O facilitador deve perguntar a cada um se conseguiu realizar bem o exercício e incentivar os presentes a falarem sobre a experiência que vivenciou.