Você convive com CRIANÇAS?

Filhos, netos, sobrinhos, filhos de amigos... alunos... Já pensou em suprir junto a eles a grande lacuna na educação brasileira, ensinando-lhes valores como ética, integridade, respeito, honestidade, não violência, etc.?

Então, este blog foi feito para você.


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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

COMPAIXÃO - Segunda parte 

(PARA SER LIDO PELO FACILITADOR, interagindo com os presentes, conforme orientações em itálico.)

O facilitador (pessoa que esteja conversando com as crianças) deve perguntar aos presentes quem teve oportunidade de praticar a compaixão nas cores azul ou amarela e socializar o tema.

Nós vimos, em nosso último encontro, como a Mariazinha praticou a compaixão em sua cor azul, acolhendo a sua coleguinha Joana, que estava com dificuldade no estudo. Em seguida vimos como praticou a compaixão em sua cor amarela, ao conseguir ajuda para o Nilo, cujo pai não estava podendo pagar as mensalidades da escola.
Isto tinha deixado a garota muito feliz. 
Dias mais tarde voltou à Internet para ler mais um pouco daquele texto do lama Padma Santem sobre as cores da compaixão, desta vez sobre o vermelho. O texto dizia: “Temos a cor vermelha, que simboliza o eixo. Ela vem da sedução, daquilo que nos encanta. Então, que possamos produzir no outro um encantamento positivo, um eixo positivo. Assim, naquela situação de que falamos, em que a casa foi levada pelo rio, a cor vermelha vai nos ajudar a dizer àquela pessoa que é melhor não reconstruir a casa no mesmo lugar porque o rio pode subir de novo. Dessa forma, muitas vezes não basta que a gente ajude o outro a reconstruir, mas que o ajude a fazê-lo numa situação melhor. Para isso precisamos da sabedoria dos eixos. Essa é a compaixão na cor vermelha.”
Mariazinha não estava conseguindo entender bem o que significava isso de “sabedoria dos eixos”.
A campainha tocou, interrompendo suas reflexões. Era Nicinha, sua melhor amiga, que chegava de mochila nas costas e com cara de raiva. Mal entrou, foi logo dizendo:
– Saí de casa. Papai me botou de castigo. Ele disse que vai me deixar um mês sem “video game”. Vou ficar aqui, com você.
Como se fosse num estalo, Mariazinha entendeu o que queria dizer “sabedoria dos eixos”. Levou, então, a amiga para seu quarto e disse:
– Nicinha, por mim não teria nenhum problema você ficar aqui, mas vamos pensar no que seria a melhor solução numa situação como essa.
Antes que a amiga tivesse tempo de dizer algo, Mariazinha continuou:
– Em primeiro lugar vamos fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar...
 Instantes mais tarde, perguntou:
– Então, está mais calma?
A um aceno positivo da amiga, continuou:
– Bom, agora já podemos conversar melhor. Você está mais calma e vai poder refletir com equilíbrio. Pois bem, você quer sinceridade?
– Claro que quero – respondeu Nicinha.
– Então eu vou dizer. Acho que seu pai está certo em lhe cortar o “video game”. Você tirou notas baixas porque está tão viciada nesses jogos que só pensa neles e não estuda. Seu pai está se preocupando com seu futuro. Se você não estuda, como acha que vai ser o seu futuro? Você prefere ser uma simples operária em alguma fábrica, ou pretende ser veterinária como sempre quis? Não que ser operária seja ruim, mas a gente deve sempre procurar o melhor, não acha?
Nicinha não respondeu. Apenas abraçou a amiga com força e voltou para casa.

O que vocês acharam desse gesto da Mariazinha?
O facilitador deve socializar a discussão, mostrando como a Mariazinha praticou a compaixão na sua cor vermelha, oferecendo um eixo à amiga.

No dia seguinte Mariazinha voltou à leitura daquele texto do lama sobre as cores da compaixão, ao ponto em que ele diz: “Temos também a cor verde. Digamos que uma criança está puxando uma toalha com uma leiteira de leite fervente em cima. Se não gritarmos, a criança puxa e se queima. Quando gritamos, nós não estamos contra a criança. Estamos a favor dela. Quando dizemos, não faça isso, nós interrompemos uma ação negativa. É quando vemos alguma coisa ruim surgindo e a obstruímos.”
– Que interessante, pensou Mariazinha. – Quer dizer que ontem, quando eu peguei pesado com a Nicinha, eu estava usando de compaixão na cor verde. Eu não estava contra ela, mas a seu favor, ajudando-a a entender melhor a situação.

Muitas vezes, quando uma criança ou um adolescente recebe um castigo, fica aborrecido e até revoltado, como aconteceu com a Nicinha. Mas sempre é importante refletir sobre as causas do castigo. Os pais sempre amam seus filhos e, quando lhes dão algum castigo, estão agindo para o bem deles. Estão pensando em seu futuro, em educá-los para a vida. Estão usando da compaixão, na sua cor verde.
Por isso, quando receberem um castigo, nunca fiquem revoltados com aqueles que são responsáveis por vocês. Ao invés de se revoltarem, procurem refletir sobre o que fizeram para merecer um castigo e também procurem corrigir-se. É para seu próprio bem.

O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.